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Direitos humanos: Sem-teto passam dos cem milhões por CORRESPONDENTES DA IPS facebooktwitteremailsharethis Genebra, 31/03/2005 – O problema da falta de moradia é comum a todo o mundo, pois nenhuma região, industrializada ou em desenvolvimento, escapa dessa carência, advertiu à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas o relator especial Miloon Khotari. "Atualmente, vemos que a riqueza aumenta em todas as partes, mas esse crescimento vai parar em mãos de uns poucos que concentram a propriedade de determinadas terras enquanto se exclui a verdadeira grande maioria da população|, descreveu Khotari à IPS. O especialista diz que mais de um bilhão de pessoas não contam com uma moradia adequada e cerca de cem milhões carecem diretamente de um teto para se abrigar.

Nas nações industrializadas observa-se que os governos estão eliminando as subvenções e as medidas que haviam permitido às famílias pobres enfrentar o problema da moradia. Em conseqüência, aumenta a quantidade de pessoas sem teto e a discriminação racial. Khotari recorre ao exemplo dos Estados Unidos, onde as políticas governamentais afetam os grupos de baixa renda, que são os afro-americanos. Esses setores se vêem obrigados a viver em áreas pobres, o que leva à formação de guetos. Quanto aos países em desenvolvimento, um dos principais problemas é a urbanização e sem planejamento, que ajuda no surgimento de grande número favelas e desabrigados.
Na Índia, entre novembro de 2004 e janeiro de 2005, cerca de 800 mil casas foram demolidas, o que afetou cerca de 300 mil pessoas. A maioria não encontrou um reassentamento e está literalmente na rua, lamentou Khotari, relator especial sobre moradia adequada, com parte do direito a um nível de vida adequado. O mais preocupante é a continuação desse tipo de desalojamento em massa que cria problemas nas cidades, onde assistimos "a construção de espaços de lazer para os ricos porque há muito dinheiro disponível". As características marcantes do