alto da barca do inferno
Indicadores de poluição medidos pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas são os mais negativos da história e põem em xeque limpeza do cartão-postal de BH até a Copa'2014
Tapete de detritos nas margens da represa, uma das referências da capital: além da poluição visível, material tóxico dissolvido na água prejudica fauna e desafia poder público
.Pneu, garrafa PET e embalagem de detergente; cabo de vassoura, pé de chinelo e sacola plástica; pedaço de isopor, animal morto e restos de poda. Poderia ser a descrição de um lixão, mas é o que se pode avistar no que ainda é conhecido como espelho d’água da Lagoa da Pampulha. E o que se vê boiando pode não ser o pior: apresentando contaminação por esgoto doméstico em todos os 26 trechos monitorados da bacia, a água de um dos principais símbolos de Belo Horizonte jamais esteve em condições tão ruins em relação aos índices de poluentes, segundo o mais recente laudo do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), referente ao terceiro trimestre de 2012. A soma dos conceitos ruim e muito ruim do Índice de Qualidade de Água (IQA) chega a 84,6% das amostras analisadas. A medição supera em 9,7 pontos percentuais a média dos níveis ruim e muito ruim dos seis anos de medição (74,9%), e em 1,3 ponto a pior marca da história, de 83,3%, atingida em 2011. A degradação que se alastra é ingrediente a mais na corrida contra o tempo para despoluir a represa até a Copa de 2014. A Copasa concluiu apenas 40% da canalização de esgotos que caem diretamente na bacia. A Prefeitura de Belo Horizonte promete editais para combater o assoreamento e a poluição para os próximos dias.