Alterações hematológicas na gravidez
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Do ponto de vista fisiológico, a anemia pode ser definida como um estado de deficiência de hemoglobina no sangue circulante para o transporte do oxigênio requerido para a atividade normal de um indivíduo, causando uma inadequada oxigenação tecidual resultante de uma deficiência na captação, transporte, distribuição ou liberação de oxigênio. Do ponto de vista etiológico, a anemia poderá ocorrer devido à perda sangüínea, destruição excessiva de eritrócitos ou deficiência de sua produção. Nessa classificação, a anemia por deficiência de ferro está incluída entre àquelas por deficiência de produção sendo o tipo mais freqüente e preocupante do ponto de vista de saúde coletiva. A gravidez é um período em que as mulheres sofrem bastantes mudanças, tendo que se adaptar ao aumento de peso e a readaptação do organismo a proteínas, açúcares, minerais e ferro. Assim, a partir do 1º trimestre, o volume de sangue tende a aumentar, expandindo com maior rapidez no 2º trimestre e mais lentamente no final da gestação; esse processo ocorre em desigualdade, pois o volume líquido, que é o plasma, é três vezes maior que o dos elementos do sangue, que são os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, hemácias e plaquetas. Na gestação, há uma elevação do volume sangüíneo total em cerca de 40 a 50%, como decorrência do aumento tanto do volume plasmático quanto da massa total de eritrócitos e leucócitos na circulação. No entanto, a elevação do volume plasmático e da massa eritrocitária não é proporcional e é controlada por diferentes mecanismos. Desse modo, indicadores hematológicos, tais como contagem de células vermelhas, níveis de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht), que reduzem-se drasticamente a partir do segundo trimestre da gestação, não podem ser interpretados sem o prévio conhecimento de tais mudanças. Entre as deficiências nutricionais mais comuns na gestação destaca-se a anemia ferropriva, não só pela freqüência com que se manifesta, mas também pelos efeitos deletérios