Alterações do Raciocínio
Capítulo 5
Introdução Psicológica
O termo raciocínio é usado em dois sentidos: lógico e psicológico. O lógico consiste em selecionar e orientar os dados do conhecimento que possibilite uma atitude racional ante as necessidades. Em seu sentido lógico, o raciocínio não é nem verdadeiro ou falso: é correto ou incorreto. Em psicologia, o termo raciocínio tem o mesmo sentido de pensar. Em sua forma superior, o pensamento é um ato reflexivo. A reflexão é uma série lógica de ideias, cada ideia articula-se com a precedente, o pensamento segue uma direção. O pensamento se manifesta como uma série ordenada, em que os conceitos estão de tal forma unidos entre si que o último elo da cadeia deriva necessariamente do antecedente. O raciocínio nos permite aproveitar os conhecimentos adquiridos através da prática social, combiná-los logicamente, para alcançar uma forma superior de conhecimento. O processo de raciocínio representa um modo especial de ligação entre conceitos, de sequência de juízos, de encadeamento lógico de conhecimentos, derivando sempre uns dos outros. É uma cadeia infinita de representações, conceitos e juízos. A fonte de todo esse processo é a experiência sensorial. "O raciocínio é o produto do cérebro". O conhecimento humano representa um processo que começa com a sensação e termina com o raciocínio dialético. A sensação e o raciocínio são momentos diferentes, aspectos ou graus do mesmo processo do conhecimento. Por isso, não se pode separá-los.
Patologia Sob a denominação de perturbações da ideação estudam-se as alterações da segunda fase do processo do conhecimento, isto é, os distúrbios do conhecimento racional ou intelectual constituído pela formação dos conceitos, a constituição dos juízos e elaboração do raciocínio. As alterações do pensamento são examinadas em sua forma e em seu conteúdo. Consideramos essas alterações como consequência de perturbações das operações psíquicas do pensar. Tais alterações