Alienação

Pesquisa realizada a partir do verbete ALIENAÇÃO do Dicionário de Política de Norberto Bobbio.

A Alienação pode ser definida como o processo pelo qual alguém ou alguma coisa é obrigado a se tornar outra coisa diferente daquilo que existe propriamente no seu ser. Pode ser definida também como a perda da própria identidade individual ou coletiva, relacionada com uma situação negativa de dependência e de falta de autonomia. A alienação, portanto, faz referência uma dimensão subjetiva e juntamente a uma dimensão objetiva histórico-social. A definição do termo em relação aos diferentes estados de despersonalização e de perda de autonomia por parte dos sujeitos envolvidos nos processos em questão corresponde a uma banalização do conceito, mas também a complexidade de semântica que ele tem na cultura filosófica-política moderna dentro da qual ele foi elaborado. A alienação trata-se do mistério de ser ou não ser, pois uma pessoa alienada carece de si mesmo, tornando-se sua própria negação. Alienação refere-se à diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar em agir por si próprios. A doutrina contratualista transfere o conceito de alienação do âmbito originalmente jurídico para o âmbito filosófico-político a fim de explicar o fundamento do Estado e da sociedade política. Hobbes e Rousseau consideram a alienação como ato de cessão positiva que institui a vontade geral. Já Hegel rejeita a doutrina contratualista de formação do Estado e da Alienação como relação recíproca de cessão e troca. Para ele o sujeito da história não são os indivíduos, mas é o espírito absoluto ou autoconsciência; a multiplicidade e a alteridade aparecem como momentos derivados e negativos em relação à unidade do espírito. Assim como Rousseau, o termo de referência é a idealização da unidade de indivíduo e comunidade na Polis. O mundo moderno é o rompimento desta unidade, por causa especialmente da riqueza que destrói a universalidade do Estado e faz com que a realidade social, ao invés