Agircola

Fala e escrita: duas modalidades em um continuum O texto é um evento sociocomunicativo, resultado de uma coprodução entre interlocutores. O texto escrito, a coprodução se resume à consideração daquele para quem se escreve, não havendo participação direta e ativa deste na elaboração linguística do texto, em função do distanciamento entre escritor e leitor. No texto escrito o contexto de produção e contexto de recepção, de maneira geral, não coincidem nem em termos de tempo, em de espaço, já que escritor e leitor normalmente não se encontram copresentes. O texto falado emerge no próprio momento da interação, ele é seu próprio rascunho. Com interlocutores presentes, ocorre uma interlocução ativa, que implica em um processo de coautoria, refletido na materialidade lingüística por marcas da produção verbal conjunta. A linguagem falada difere em muitos pontos da escrita. Fala e escrita são duas modalidades da língua, cada uma dela possui características próprias, a escrita não constitui mera transcrição da fala. É preciso salientar que diferentes graus de manifestação da coprodução discursiva: em textos mais informais a onde é utilizada conversação empregada no dia a dia e em situações formais utilizadas em palestras conferencia, discursos públicos. Mas não significa que fala e escrita devam ser vistas de forma dicotômica. As diferenças entre fala e escrita se dão dentro do continuum tipológico das praticas sociais e não na relação dicotômica e dos pólos opostos. Como existem textos que se situam ao pólo da fala há também textos falados que se aproximam do pólo de escrita formal (conferencias, entrevistas profissionais para altos cargos administrativos e outros), havendo, ainda tipos mistos, alem de muitos outros intermediários. Há muitas características da linguagem falada e da escrita, algumas não são exclusivas de uma ou de outra, suas características são estabelecidas tendo como parâmetro ideal da escrita. Sendo que a fala possui características