Afetividade na escol
Neste artigo o Prof. Júlio Aquino aborda a questão da indisciplina escolar a partir de aspectos sóciohistóricos e psicológicos, destacando a centralidade da relação professor-aluno para a invenção de uma nova ordem pedagógica, em que a negociação seja uma constante na (re)construção do conhecimento. Segundo o autor, para além das diferentes funções imputadas à escola, atualmente a indisciplina atravessa os distintos tipos e regimes escolares tornando-se uma questão incontornável, em função de sua concretude, contundência e repercussão.
Prescrições disciplinares já foram características extensivas à prática docente; hoje, contudo, isto não é um consenso nem mesmo entre as teorias pedagógicas. Por outro lado, se o mundo mudou e mudaram também os alunos, o que se pode dizer da escola e de nós, professores? Lançando mão destas imagens, Aquino desafia o leitor a compreender a indisciplina como um sintoma da relação educativa, relação esta que não se bastaria na escola, mas atravessaria todas as institucionalidades estabelecidas na sociedade.
A partir de um ponto de vista sócio-histórico, o artigo aborda a indisciplina como o resultado da emergência do novo sujeito histórico caudatário da luta pela democratização da sociedade brasileira.
Ocorre que a democratização da escola no Brasil veio acompanhada da deterioração das condições de ensino, de modo que as estratégias de exclusão se sofisticaram, não eliminando as características elitistas e militarizadas da escola de outrora. Ainda que a indisciplina seja compreendida como sintoma de práticas socialmente estabelecidas, o novo sujeito que freqüenta a escola encontra-se com velhas formas institucionais cristalizadas. Assim, para o autor, a indisciplina torna-se uma “força