Adolescência

Becker entende a adolescência como “a passagem de uma atitude de simples espectador para uma outra ativa, questionadora. Que inclusive vai gerar revisão, autocrítica, transformação (Becker, 1989, p. 10). Sinônimo de transformação, a adolescência busca, no meio social, sua forma de se expressar .
Então, um belo dia, a lagarta inicia a construção do seu casulo. Este ser que viva em contato íntimo com a natureza e a vida exterior, se fecha dentro de uma casca, dentro de si. E dá início à transformação que o levará a um outro ser, mais livre, mais bonito (segundo algumas estéticas) e dotado de asas que lhe permitirão voar. Se a lagarta pensa e sente, também o seu pensamento e o seu sentimento se transformarão. Serão agora o pensar e o sentir de uma borboleta. Ela vai ter um outro corpo, outro astral, outro tipo de relação com o mundo (BECKER, 2003, p. 14).
Nesse ciclo lagarta-casulo-borboleta, é importantíssimo considerar que a família cria certas expectativas com relação à esse jovem. A família acaba por cobrar, simultaneamente dependência e independência desse jovem com relação ao seu grupo familiar. Em outras palavras, essa família exige uma maior responsabilidade desse adolescente, sugerindo que este possua a responsabilidade de “correr atrás” de seus objetivos sem que a família precise dar apoio integral, ao mesmo tempo em que bloqueia suas escolhas, considerando-as em sua maioria erradas ou inaceitáveis, cobrando deste adolescente um comportamento de submissão obediente. Frente a esse quadro, os filhos que se encontram nesta fase lutam por uma separação do eixo familiar de modo paradoxal.
O uso da violência, da repressão e do autoritarismo e, por outro lado, a falta total de limites e a satisfação de todos os desejos e caprichos podem criar sérias dificuldades ao desenvolvimento da personalidade do adolescente (FORTE, 1996; BECKER, 2003).
Complementando as palavras de Becker, a maneira como os pais vão lidar com esse filho em transição de fases, sendo ou