Administração

A REVELAÇÃO DA KODAK
Após fracasso no mundo digital, co mpanhia descobre mais uma vocação, a "infoimagem"
Por Mariza Cavalcanti
A crise de identidade da Kodak parece estar chegando ao fim. Nos últimos meses, a empresa viveu um verdadeiro dilema em relação ao rumo que deveria dar aos negócios. Não sabia se mirava o foco no setor fotográfico tradicional, se investia no mercado digital ou se partia para novas aventuras. Agora ela pode, enfim, sair do divã. Em recente reunião com executivos da companhia em todo o mundo, a presidente da área operacional Patricia Russo resumiu numa frase o novo momento: “A Kodak deixará de ser uma gigante da área fotográfica para ser uma pequena empresa no gigantesco mercado da imagem”, disse. Esqueça a fabricante que promete garantir aos clientes, em belas fotos, as melhores lembranças de sua vida. Ela quer ser mais do que isso. Vai tirar proveito da experiência que já possui para desenvolver produtos e tecnologias para tudo o que esteja relacionado a imagem - filmes fotográficos, claro, comunicação via satélite, cinema, informática, eletroeletrônicos, telefonia celular etc. Dona de um faturamento de US$ 14 bilhões, a companhia entra em um setor que movimenta anualmente perto de US$ 225 bilhões, quase o triplo do tamanho do mercado fotográfico. “A revolução já começou”, diz o brasileiro Jaime Cohen Szulc, vice-presidente corporativo para a América Latina e peça-chave nesse processo. Há três anos na empresa, ele é o primeiro latino-americano a assumir o posto, antes só ocupado por profissionais dos EUA.
A Kodak percebeu há um ano que havia algo de errado em suas estratégias. Livrou-se dos negócios que fugiam de seus objetivos, como a produção de prosaicas ratoeiras, óculos e até das lojas expressas especializadas em revelação. O maior passo em direção ao novo campo de atuação, batizado de “infoimagem”, foi dado com a joint-venture formalizada no início de dezembro com a japonesa Sanyo. A associação, que envolveu US$ 400 milhões,