Acesso ao conhecimento
1 – O problema do conhecimento
Um velho fantasma revisita-nos, constantemente, não para nos assustar como acreditávamos em nossa infância quando os adultos contavam estórias; nem para nos deixar temerosos e sem esperanças, mas para nos colocar diante da discussão sobre o modo como ocorre o mágico processo que transforma o sujeito pelo acesso ao conhecimento. Uma coisa nos intriga: não nascemos sabendo o que quer dizer, por exemplo, a cor verde, porém depois de algum tempo, passamos a ter o domínio desse aspecto da realidade. A respeito de como ocorre tal processo deparamo-nos com explicações milenares no campo do saber e muitas controvérsias.
A dimensão mágica do saber é de natureza inquietante desde que o homem desde que se fez presente no universo como ser falante e, iniciou a construção de instrumentos dispondo do conhecimento para produzir transformações na realidade, em si mesmo e nas suas relações com o mundo: três aspectos encobertos por densos véus de obscuridade. Por um lado, há, no homem, a curiosidade em desvendar enigmas, especialmente, os enigmas da natureza; por outro, as imposições derivadas das necessidades práticas da existência foram sempre à força propulsora na busca do saber. Mas certamente, o conhecimento e o saber apresentam suas nuanças próprias e assim foram criados lugares onde os homens se reuniam por amor à sabedoria, no intuito de desvendar uma intrincada questão: como se tem acesso ao saber? E, ainda, como se constrói o conhecimento?
Lugares de produção do conhecimento e de transmissão de saber. O conhecimento e o saber, embora considerados equivalentes, apresentam suas peculiaridades e diferenças. O conhecimento é decorrente da descrição dos acontecimentos e fatos, enquanto que o saber é da ordem de um enigma sempre relacionado à curiosidade do homem acerca de sua condição e da compreensão do mundo. Portanto,