Acatisia

1. INTRODUÇÃO A acatisia foi descrita pelo americano Jack Henry Abbot em 1981. Apesar desta longa história, é, ainda, uma entidade pouco conhecida pela maioria dos profissionais da saúde, apesar de sua elevada prevalência, em torno de 25% da população jovem (ROTHDACH, 2000, p. 54). Tal patologia é induzida por antipsicóticos e dados epidemiológicos revelam que a prevalência de acatisia em indivíduos tratados com antipsicóticos varia de 20% a 75%, ocorrendo mais freqüentemente nos três primeiros meses da farmacoterapia (AYD, 1961, p. 165). De acordo com Sachdev e Louragan (1993, p.16)

Sua ocorrência associa-se não somente à administração aguda do antipsicótico, mas também ao recente aumento da dose, acometendo principalmente indivíduos jovens, independente do sexo. Outros fatores de risco associados à ocorrência de acatisia seriam a potência terapêutica do antipsicótico e a via de administração do fármaco.

2. DESENVOLVIMENTO
Segundo Willis (1685, p.404)
Referente a uma sensação de inquietação interior que é aliviada pelo movimento, a acatisia é descrita como uma atividade motora, e pelo doente, como um esforço voluntário para aliviar sensações de desconforto, embora em casos severos esta necessidade de movimento esteja para além do controlo voluntário. Os movimentos são complexos e estereotipados, como cruzar/descruzar as pernas, incapacidade para permanecer na posição de sentado, vocalizações e movimentos repetitivos de rotação do tronco. Por vezes, pode ser afetada uma região corporal específica, sendo comuns a boca e vagina. A acatisia é mais frequentemente devida ao efeito secundário de fármacos, especialmente agentes que bloqueiam os receptores da dopamina (neurolépticos, antieméticos, tetrabenazina, reserpina). Pode também estar presente em doentes com parkinsonismo. Em relação à classificação, a patologia pode ser classificada como aguda e crônica, de acordo com o tempo de aparecimento dos sintomas, que está