Aborto

A discussão sobre a legalização do aborto envolve duas questões fundamentais: a religião e os direitos da mulher. No Brasil, aqueles que se opõem ao aborto apoiam-se na religião católica; os que são a favor legitimam os direitos de escolha da mulher. Mesmo em alguns países adiantados, como os Estados Unidos, que têm uma população católica de mais ou menos 15%, o aborto tem, em média, cinquenta por cento de adeptos. No Brasil, o maior país católico do mundo, a questão é bastante controvertida, pois os católicos, em sua maioria, são contra o aborto, justificando-se a favor da “preservação da vida”.
Envolvendo tanto a religião quanto os direitos da mulher, existem duas ideologias. A primeira é o autoritarismo, e a segunda é a democracia. O autoritarismo impõe, a todos, a sua ideologia ao passo que a democracia tenta garantir, a todos, os mesmos direitos. No Brasil, no entanto, a democracia ainda não conseguiu se firmar; não tendo conseguido, por exemplo, mudar o governo brasileiro, que ainda continua adepto do autoritarismo. Um exemplo recente é a contratação de médicos estrangeiros, principalmente cubanos, à revelia da vontade popular. Em outras palavras, a democracia no Brasil existe em alguns casos, mas não é exercida a pleno vigor. Seria democrático, por exemplo, que as mulheres pudessem ter a liberdade de legislar sobre seu próprio corpo, podendo escolher entre ter um filho ou não. Aquelas que são a favor do aborto, hoje, não podem escolher, são obrigadas a ter o filho, querendo ou não. Isso não é democrático e sim autoritário.
Do ponto de vista feminino, no Brasil, existe uma grande diferença entre a religião católica e a democracia. A religião católica tem uma história de dois milênios, impregnados de autoritarismo e até de crimes. O direito da mulher, no Brasil, tem pouco mais de cinco anos. Em agosto de 2013, a atual presidente assinou a Lei do Aborto, que obriga os centros médicos a administrarem a pílula do aborto a vítimas de estupro, sem que precisem