Aborto
Este artigo tem por finalidade, abordar de forma clara e concisa, pontos fundamentais acerca do aborto, suas controvérsias, incertezas e conseqüências, principalmente quando o associamos com o início da vida humana, abrangendo assim, aspectos médicos, éticos, morais, políticos, culturais e tecnológicos da atualidade. Em tempo, ressalto que tal artigo, não tem por objetivo questionar a dogmática religiosa.
Diante de tamanha polêmica que se estabeleceu e dessa farta circulação de informações, muitas vezes equivocadas, torna-se difícil conceder razão, pois considerável parte dos argumentos levantados, tanto a favor quanto contra o aborto, constituem prismas que merecem especial atenção, pelo simples fato de se acharem inseridos no campo dos direitos fundamentais.
O debate se expande em meio às diversas manifestações de instituições religiosas, jurídicas e de grupos sociais que vêem o problema por diferentes pontos de vista, porém, estas variedades ideológicas, também são essenciais para que haja uma deliberação lícita e correta, a fim de que os atos futuros não sejam prejudicados diante das decisões do presente, considerando que o que está em pauta, não contempla bens materiais econômicos ou alienáveis. Estamos ponderando sobre o nosso semelhante, sobre a nossa própria existência como seres vivos e a partir de quando há esta existência, de modo que possamos garantir de forma sucinta e objetiva, todos os seus direitos.
Destarte, antes de começarmos a discorrer sobre o aborto propriamente dito e para que nossa argumentação possa ser absorvida mais claramente, faz-se necessária uma pequena análise acerca da indagação: A partir de quando podemos considerar vivo um nascituro?
2. CONSIDERAÇÕES BIOLÓGICAS
Baseando-se na genética, o processo de formação do ser humano passa por várias fases na gestação. O primeiro momento (fertilização) é quando o espermatozóide e o óvulo se fundem resultando no zigoto, o qual é um "novo