Abolição e as relações de poder no Brasil.

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Na esfera internacional, o governo português estava submetido às pressões que a Inglaterra exercia no que tangia ao fim da escravidão. Dadas as pretensões de uma colônia independente e a imposição do fim do tráfico como condição para o reconhecimento diplomático da independência, estabeleceram-se, em nível interno, discussões fundadas nos interesses da elite e do governo contra os de um pequeno grupo com idéias abolicionistas.
O governo cedeu em 1831: a lei antitráfico, que tornava o comércio negreiro ilegal, foi aprovada, porém, segundo o próprio autor, era uma lei “para inglês ver, pois não foram tomadas medidas concretas para implementá-la” – sobre o pretexto de que a falta de mão-de-obra negra significaria a ruína da economia brasileira, prevaleciam os interesses econômicos.
Mais tarde, dentre o que chamamos de período de “reação”, houve, no Brasil, o Regresso Conservador. Como produto do mesmo há o retorno da centralização de poderes às mãos da monarquia – legitimado pela elite para zelar pela ordem e, quando necessário, mediar suas divergências. Em outras palavras: apesar de haver o estabelecimento de uma forte relação entre o pólos burocrático e econômico do poder (pacto entre o rei e os barões), era clara a divisão entre questões públicas e privadas.
Entre 1839 e 1845, a partir da política de apreensão de navios e do Abeerden Act, a pressão inglesa se multiplica. O autor deixa expresso que a impossibilidade de resistência frente à Inglaterra foi o fator que precipitou a decisão do império fazendo com que, apesar dos interesses dos proprietários, o mesmo buscasse uma lei nacional que tratasse do tráfico. Assim, em 1850, surge a lei Euzébio de Queiroz, proibindo o tráfico de escravos para o Brasil – para evitar conseqüências mais graves para a economia.
De acordo segundo José Murilo de Carvalho, o tema voltou à pauta apenas em 1866, desta vez por iniciativa da Coroa – havia um entendimento de que as medidas abolicionistas eram um mal necessário.
Após

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