Abep2008 1532

9437 palavras 38 páginas
Sertão Nordestino, Desenvolvimento e População –Josué de Castro, Celso Furtado e o debate em torno da “Operação Nordeste”
Tayguara Torres Cardoso
Mestre em Ciências Sociais PPCIS/UERJ e-mail: tayguaratorres@ig.com.br

Em fins dos anos 50, voltava a ter as atenções da cena política brasileira a região sertaneja nordestina, palco das secas célebres. Em meio ao governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, uma grande seca, tragédia secular, se abatia novamente sobre os sertões e obrigava medidas enérgicas do governo para que se evitasse que levas e levas de sertanejos continuassem se retirando. Por esta mesma época, um grupo de agricultores da zona da mata pernambucana também chamaria a atenção da imprensa e do governo ao instituir as famosas ligas camponesas, concretizadas pelo advogado militante Francisco Julião, assustando os grandes proprietárias do Nordeste. É em meio a este clima tenso que Kubitschek institui a “Operação Nordeste” e posteriormente a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste(SUDENE) e que entra em cena um importante intelectual, cientista e homem público brasileiro, o economista paraibano Celso Furtado, idealizador e arquiteto dos planos de desenvolvimento do Nordeste em geral e do sertão Nordestino em particular em fins dos anos 50. Os diagnósticos, as propostas desenvolvimentistas e os planos de desenvolvimento elaborados por Furtado e pelos organismos instituídos pelo governo suscitaram um grande debate dentro do campo intelectual desenvolvimentista, cujos intelectuais já vinham realizando debates e diagnósticos da situação brasileira desde a década de 40. Dentro deste campo de debates e idéias um intelectual e homem público de projeção nacional e internacional se tornou um dos grandes interlocutores dos diagnósticos e planos de desenvolvimento de Furtado e da SUDENE, o médico, nutrólogo, geógrafo e sociólogo pernambucano Josué de Castro. Furtado e Castro realizaram diagnósticos sobre a região nordestina brasileira e seus

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