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ISSN 1517-6916
Universidade Federal da Paraíba www.cchla.ufpb.br/caos TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL:
LIMITES E ALCANCES EXPLICATIVOS
Fernando Meireles*
RESUMO
Este trabalho busca avaliar algumas das variantes da Teoria da Escolha Racional sob a ótica de sua aplicabilidade. Unidas pelo uso da razão instrumental, as diferentes propostas aqui analisadas diferenciam-se quanto aos critérios de utilização deste pressuposto, o que levanta a questão da viabilidade dessa teoria. No decorrer do trabalho, discutimos esses limites operacionais de cada proposta para, num âmbito geral, estimar até que ponto a Escolha Racional serve como ferramenta de explicação da realidade sem cair em reducionismo.
PALAVRAS-CHAVE
Teoria da escolha racional – Teoria social – Individualismo metodológico
* Graduado em Ciências Sociais, Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal de Santa Maria, em 2012. O artigo resulta de trabalho final exigido em disciplina da graduação – Teoria Política Contemporânea – ministrada pelo Prof. Dr. Gustavo Muller. Contato: meirelesff@hotmail.com
João Pessoa, número 22: 52-61, dezembro 2012
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Caos – Revista Eletrônica de Ciências Sociais
ISSN 1517-6916
Universidade Federal da Paraíba www.cchla.ufpb.br/caos 1 INTRODUÇÃO
A Teoria da Escolha Racional, como forma de compreensão dos fenômenos sociais, assume que o comportamento humano pode, em várias medidas, ser estudado, ou modelado, através do pressuposto da racionalidade. Originalmente utilizado nas ciências econômicas, tal pressuposto afirma que, em situações de múltipla escolha, os agentes optam por estratégias que maximizam seus resultados. Na segunda metade do século XX, essa perspectiva teórica tornou-se dominante na ciência política dos países anglo-saxões. Nesse período, alguns trabalhos obtiveram ampla repercussão, como Uma teoria econômica da Democracia, de Anthony
Downs, publicado em 1957, no qual estuda o sistema de