46006 A AM RICA QUE PROIBIU DARWIN

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A AMÉRICA QUE PROIBIU DARWIN

Em 1925, John Scopes foi condenado no Tennessee por ensinar as teorias de Darwin. Em 1999, o Kansas criou, com uma simples resolução, um cenário quase igual. Mas desta vez o governador é o primeiro a estar contra. Os candidatos presidenciais Al Gore e George Bush Jr. nem por isso. Esta e outras leis semelhantes são únicas, espelho das comunidades onde vigoram. Em conflito aberto, não raro, com as nacionais. Incidindo sobre actos corriqueiros do dia-a-dia, muitas já nada têm que ver com a América de hoje e não passam de caricaturas. São fruto de um conflito presente desde os tempos da fundação.
Duas semanas depois de o Conselho de Educação do Kansas, nos Estados Unidos, ter eliminado a teoria da evolução das espécies do currículo escolar, todos os professores do estado parecem decididos a continuar a ensinar Charles Darwin.
Mas este novo episódio da luta entre criacionistas e evolucionistas, um conflito que continua vivo nos EUA, está apenas a começar. As escolas reabriram esta semana e, de norte a sul do Kansas, dezenas de professores disseram que ensinar biologia sem evolução é como ensinar física sem gravidade.
Mas agora, para falarem de Darwin, os professores vão ter que se desviar do programa, num gesto de semidesobediência. O Conselho do Kansas não proibiu o ensino do darwinismo. O que fez, com uma resolução aprovada por seis votos contra quatro, foi apagar do currículo todas as referências à evolução e adoptar novos testes finais que não incluem qualquer pergunta sobre a teoria da evolução ou o "Big Bang".
"Agora fica ao critério das direcções das escolas", disse ao PÚBLICO Harold Voth, um dos dez membros do Conselho de Educação e cujo voto decidiu a passagem da polémica resolução.
Depois de um compromisso, salientou Harold Voth, de 70 anos e que vive numa comunidade Amish no Sul do Kansas, o Conselho decidiu manter no currículo o micro-evolucionismo, o estudo da mudança de uma mesma espécie. "Só eliminámos o

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