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RELATIVISMO
Relativismo é a doutrina (ou, nalguns casos, simplesmente a atitude) filosófica que, valendo-se da contraposição entre o uno e o múltiplo, frisa esta última polaridade, enfatizando o carácter relacional entre as unidades que a compõem e recusando sistemas de valores que por aquela polaridade e esse carácter não estejam devidamente regidos. Outra forma de o definir será a de dizer que o relativismo desenvolve a perspectiva segundo a qual nenhuma coisa pode ser adequadamente encarada se total e artificialmente isolada daqueloutras com que, de uma ou outra maneira, se articula necessariamente. Assim, do ponto de vista de quem sustente tal doutrina, as coisas e os valores em consideração carecem de contextualização e terão de ser tomados como relativos a outros e a um ou mais sistemas em que se integram e que os enquadram, não podendo ser afirmados em absoluto. Dentro do âmbito do relativismo, encarado ao longo da história, devemos distinguir duas facetas ou vertentes predominantes, a do relativismo gnoseológico ou cognitivo e a do moral, por vezes também chamado ético. Não quer isto dizer que o relativismo não compreenda outras facetas de igual modo relevantes, como, por exemplo, a do relativismo jurídico, mas tem sido sobretudo a respeito daqueles domínios que o posicionamento relativista mais se tem afirmado como marcante.
Embora seja possível, a respeito de certas questões ou aspectos, observarem-se cruzamentos entre

si,

essas

duas

facetas

existem

frequentes

vezes

independentemente e, enquanto doutrinas hoje sustentáveis ou discutíveis, deverão ser consideradas à parte uma da outra. De entre os elementos comuns destaca-se que ambas as espécies envolvem a noção de relatividade e a contraposição entre absoluto e relativo, fazendo-o a primeira no campo do conhecimento, e a segunda no da acção. Caber-nos-á aqui focar apenas esta última espécie de relativismo – o relativismo moral –, pelo que de agora em

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