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s instituições da República reagiram ao clamor das ruas com respostas imediatas, mas ainda insuficientes. Acuada pela repentina queda de popularidade, a presidente Dilma Rousseff lançou a ideia de cinco pactos, que incluiu uma desastrada proposta de Constituinte exclusiva e um duvidoso projeto de plebiscito para a reforma política. Depois de uma longa inércia, o Congresso desengavetou rapidamente algumas soluções para antigos problemas. Rejeitou a Proposta de Emenda Constitucional nº 37, também conhecida como PEC 37 ou PEC da Impunidade, votou a destinação dos royalties do petróleo para educação e saúde, aprovou projeto que torna a corrupção crime hediondo, consagrou a Ficha Limpa para ingresso no serviço público e engavetou o surrealismo da cura gay. Até o Judiciário moveu-se um pouco, com o Supremo Tribunal Federal determinando a imediata prisão de um parlamentar condenado.
Não é preciso, porém, ir muito além da Praça dos Três Poderes, em Brasília, para perceber que essas e outras medidas mal arranham as verdadeiras causas da onda de insatisfação popular que sacode o país. Os manifestantes que continuam nas ruas, com uma greve geral marcada para o próximo dia 11 em todo o país, ainda não viram qualquer sinal de abertura de discussão de gastos com a Copa do Mundo 2014, nem de providências efetivas para melhora de serviços essenciais como saúde, educação e segurança. Além disso, a reforma política, que o governo escolheu realizar pelo tortuoso caminho do plebiscito, está sendo adiada para as calendas gregas e servindo apenas como pretexto para mudança de pauta. A população não tardará em se convencer que, sob a espuma da proatividade política das últimas semanas, inexiste vontade política efetiva de tratar dos problemas de fundo que a afligem. Até mesmo a medida mais visível adotada desde a eclosão do movimento de protesto _ a redução generalizada de tarifas de transporte público _, ao fim e ao cabo custará valor equivalente aos cofres públicos por meio de

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