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6403 palavras 26 páginas
Pistrak situa-se ma linha dos grandes educadores como Pavel Blonsky, Nadéjda Krupskaia e Vassili Lunatcharsky. Apesar disso, durante o stalinismo, a sua importância foi ofuscada pela emergência de Makarenko, como o “grande educador soviético”. Isso não foi acidental: Makarenko fundou uma pedagogia sem escola, nascida das trágicas circunstâncias da Guerra Civil que gerou milhares de jovens a-sociais – razão pela qual, ele tem pouco a dizer a respeito da escola. O fato dele aparecer como “o grande pedagogo” deve-se à burocratização do processo revolucionário e ao deslocamento do poder que se deu, especialmente após o esmagamento da revolução ucraniana de Makhno e dos marinheiros de Kronstadt.
O presente livro é fruto do trabalho pedagógico desenvolvido na Escola Lepechinsky e do contato com outras escolas primárias e demais instituições infantis. Pistrak soube ultrapassar o questionamento dos métodos para enfrentar os problemas da finalidade do ensino, extraindo daí todas as conseqüências. Percebia com toda clareza que uma pedagogia concebida para formar vassalos era inadequada para formar cidadãos ativos e participantes da vida social.
Já na época das revoluções burguesa – e em particular da Revolução Francesa, no período da Convenção – a burguesia percebeu que a pedagogia dos oratorianos, jesuítas e dos irmãos das escolas cristãs vinculadas ao “Antigo Regime” era inadequada à formação do cidadão, categoria com que a burguesia francesa fez seu ingresso na história. Daí, as medidas que ela tomou para suprimir a aristocracia do saber e do poder, criando um conselho de pais de família eleitos pela “base”, que institucionalizasse a participação dos pais na escolha dos professores e na administração da escola, definindo as condições em que se operaria a igualdade de oportunidades garantida pelo ensino gratuito, obrigatório e leigo. Criavam-se as condições para que se desse a alternância da teoria com a prática e a abertura permanente ao social, através da

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