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3388 palavras 14 páginas
Revista Pandora Brasil – Número 34, Setembro de 2011 – ISSN 2175-3318
Jandir Silva dos Santos
O homem paradoxal: sobre a antropologia de Blaise Pascal, p. 224-232.

O HOMEM PARADOXAL: SOBRE A ANTROPOLOGIA DE BLAISE PASCAL
Jandir Silva dos Santos
Resumo: Este artigo apresenta uma reflexão sobre alguns aspectos da antropologia filosófica de Blaise Pascal, pensador francês do século XVII. Suas ideias, condensadas em sua célebre obra, Pensamentos, consideram o homem como ser paradoxal, que contém em si, simultaneamente, grandeza e miséria; razão e coração; exigência de infinitude e uma insuperabilidade da finitude. A partir dessa perspectiva apontada pelo autor, propõe-se analisar a situação do homem no universo, apresentando seu horizonte de possibilidades e limites na filosofia pascaliana.
Palavras-chave: Universo. Homem. Insuficiência. Grandeza. Paradoxo.

Introdução

O renascimento humanista, ocorrido a partir do século XV, marca a história do pensamento ocidental por estabelecer novos elementos à pesquisa pelo saber. Ele constitui um período de aprofundamento das questões sobre o homem, sobre Deus e sobre a natureza no emergir de um novo método para o conhecimento baseado na verificação empírica dos dados: a ciência.
Desse contexto, surgem filósofos céticos assim como Michel de Montaigne1 e também pensadores, como René Descartes que, aderindo às novidades da ciência, propõe que o homem encontra sua dignidade na razão já que, pelo bom uso da mesma, poder-se-ia alcançar ideias claras e evidentes e com estas empreender um verdadeiro conhecimento do universo.
Blaise Pascal (1623-1662), pensador francês, também desse período histórico, destacou-se consideravelmente

por

sua

original

contribuição

às

questões

Discente do curso de Filosofia do Instituto de Filosofia Nossa Senhora das Vitórias (INSV). E-mail: jandirabm@hotmail.com. 1
Este filósofo, segundo A. Kenny, “*...+ não dava grande valor às realizações humanistas

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