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3.1. Ocidente x Oriente
Edward Said (in KUPER, 2002: 261), na sua obra Orientalismo, reinterpreta a oposição entre civilização e barbárie, tema central no discurso ocidental que incorpora a ideologia da recusa do estranho. Said afirma que todas as ciências coloniais têm uma estrutura comum que consiste em dividir os povos do mundo em dois grupos: nós (os civilizados: europeus e norte-americanos) e os outros (os bárbaros: nativos de lugares exóticos ou povos de países periféricos). Os outros são representados como um grupo indiferenciado, caracterizado por suas diferenças em relação aos europeus (nós), uma diferença sempre desfavorável para eles (os outros), que são tidos como irracionais, supersticiosos, obstinadamente conservadores, movidos pela emoção, sexualmente descontrolados, propensos à violência, e assim por diante.
São essas diferenças que motivam e justificam o colonialismo e outras formas de dominação. Said conclui que o orientalismo é um tipo de projeção ocidental (civilização) sobre o Oriente (barbárie) e o desejo de governá-lo.
Algumas pessoas acreditam que as culturas podem ser classificadas como superiores e inferiores, e tendem a prezar mais a sua própria cultura. O nacionalismo anda nesse sentido, quando faz menção à superioridade da cultura nacional. Alguns teóricos entendem que, em termos de cultura, as fronteiras nacionais se diluíram, portanto, não faz sentido falar da cultura de determinado Estado nacional, visto que o fenômeno da globalização unificou o Ocidente numa única cultura, a cultura de consumo cuja expressão maior são os Estados Unidos.
Ancorado nessa ideia de que as culturas ocidentais foram unificadas, Samuel Huntington (in KUPER, 2002: 23) anuncia de forma profética e catastrófica que, após a guerra fria, a história global iniciou uma nova fase, em que as principais fontes de conflito não serão fundamentalmente econômicas ou ideológicas, mas culturais. Afirma que “as principais diferenças no desenvolvimento político e

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