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3892 palavras 16 páginas
Entre o ímpeto criativo e ação política: como pensar a educação a partir de Hannah
Arendt e Nietzsche?

Resumo
Hannah Arendt e Nietzsche oferecem diagnósticos do presente: ela aponta a condição apolítica a que se encontram os humanos – quando da sobreposição das relações de produção e consumo ao primeiro plano; ele identifica na incultura moderna o engessamento do ímpeto criativo – tão caro à espécie humana. Ambos apontam a crise na Cultura e com ela a configuração da Educação em tempos sombrios. É com Hannah Arendt e Nietzsche que percebemos o risco que se submete o mundo moderno ao imperar em seu cerne o homem reprodutor de um saber estéril, técnico e que perdeu há muito a capacidade de agir junto à condição de pertencer ao mundo. Este texto acolhe o esforço reflexivo dos dois pensadores e propõe uma direção que evidencie a necessidade de pensar a Educação como essencial na formação de um novo homem.

Para além da empreitada de apurar embates e disparidades no legado filosófico de
Nietzsche e Hannah Arendt, faz-se intenção, nesse texto, acolher a reflexão que ambos lançam a partir de suas experiências contextuais.
E, com eles, e através do diagnóstico apresentado, lançar entendimentos acerca das condições do mundo moderno, examinando, também, a configuração da Educação nesse ínterim, onde lhe ressoam as possibilidades de pensar em como as coisas poderiam ser de outra forma. Todavia, naturalmente, procurando a sóbria distância daquele psicologismo de ordem emotiva que não serve como tratamento crítico de problemas educacionais. Afinal, se não é com a Filosofia que o processo educativo pode ser pensado, tampouco todo o reconhecido esforço das pedagogias tem estrutura para manter-se firme nessa complexa tarefa.
Entendendo que a atividade filosófica forneceu e fornece às gerações os meios para que pudessem pensar em suas próprias direções e práticas, nem é necessário que se justifique o momento em que se alia à

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