2º nível de significado na imagem de Paisagem

Trabalho de História, Cultura e Imagem
SANTOS, A.

Assunto: Livre
Abordagem: Segundo Panofsky, não há 2º nível de significado na imagem de Paisagem, relacione essa afirmação ao debate sobre paisagem, identidade e cultura.
A princípio deve-se esclarecer qual a teoria de Panofsky, para então entender sua posição sobre a paisagem. Num apanhado geral ele define a iconografia como o ramo do estudo da mensagem, ou tema, da obra - não a tratando apenas pelo formalismo. Em seu método analisa os motivos e determina as alegorias que compõem a imagem em questão usando outras imagens que repetem (ou não) os mesmos motivos como base de comparação e dado iconográfico. Embora conceituado na época em que foi lançado, seu método não foi impassível de críticas posteriores.
Mas em referência ao conteúdo de paisagem Panofsky é breve em seus primeiros estudos resumindo a uma relação onde apenas existe uma transição direta dos motivos paisagísticos para o conteúdo, fazendo então apenas uma leitura pré-iconográfica de tais pinturas e não considerando um significado mais profundo além da representatividade de tais motivos.
Considerando apenas a obra inicial de Panofsky não é difícil concordar com seu ponto de vista, porém levando em consideração outros pontos da mente humana, como os de identidade e cultura, há claramente uma falta de minúcia ao tratar do assunto. Se o próprio determina que para uma análise iconográfica pressupõe-se familiaridade com o objeto abordado, como não considerar a familiaridade de uma cultura local com uma paisagem representada que carregue de alguma forma preceitos histórico-alegóricos?
Trazendo Schama à discussão, vê-se em sua opinião grande agregado de valor cultural a todo tipo de representação paisagística. Levando em conta a paisagem como obra da mente, ele determina que o próprio ato de delimitar a representação da pintura/imagem, quanto os motivos nela expressos, trazem a bagagem cultural que o artista experienciara.
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