25 De abril

Foram dias, foram anos a esperar por um só dia. Alegrias. Desenganos. Foi o tempo que doía com seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia na esperança de um só dia. Manuel Alegre

Irei contar, alguns dos acontecimentos mais marcantes desse dia, e até mesmo alguns preparativos na noite anterior. Cansados da guerra colonial e da falta de liberdade, um grupo de jovens formou o Movimento das Forças Armadas (MFA), conhecido como o “Movimento dos Capitães”, que começou por preparar um golpe militar em segredo. O Posto de Comando dos revoltosos estava instalado no Regimento de Engenharia de Lisboa, na Pontinha.

Na noite de 24 de Abril, tenentes e capitães e muitos outros revoltosos, destacando-se o Major Otelo Saraiva de Carvalho comandante operacional, juntaram-se na Pontinha para estudar a estratégia para dar início à revolução. O Regimento Infantaria 1 da Amadora e os militares de Castelo Branco desistiram de alinhar no movimento.

Às 22:50h um outro grupo de revoltosos entrou nas imediações da Rádio Clube Português. No posto de comando na pontinha, revoltosos esperavam pela primeira senha do movimento revoltoso que era a canção E Depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, que ganhou o festival da canção nesse ano.

Entretanto, na Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas os coronéis foram presos pelo tenente Andrade e Silva e seus militares, que faziam parte dos revoltosos. A Rádio Renascença emitiu a segunda senha Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso, que tornou o movimento militar revoltoso irreversível.

Enquanto, no Posto de Comando aguardavam a notícia das saídas das primeiras tropas sublevadas nas diferentes unidades, os oficiais revoltosos da Escola Prática de Cavalaria de Santarém explicavam aos soldados as suas motivações, procurando e conseguindo a adesão destes. O capitão Salgueiro Maia disse que o Movimento das Forças Armadas (MFA) ia finalmente pôr fim ao regime e à guerra colonial.

A estratégia de Otelo Saraiva e seus aliados