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Os Antecedentes Filosóficos e Científicos da Psicologia

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Eu concordo com esse cavalheiro pensador, a quem tenho orgulho de denominar meu Amigo, em sua resposta a esse seu Problema, e defende a opinião de que o Homem Cego, à primeira vista, não seria capaz de dizer com certeza qual é o Globo e qual é o Cubo, apenas ao vê-los. Embora ele fosse capaz de denominá-los sem errar pelo tato e certamente distingui-los pela diferença que ele sentiu entre as Figuras. (Locke, 1690/1975, p. 146)
A i n d a no século X V I I I , os cirurgiões que aprenderam a remover as cataratas congénitas forneceram dramáticos testes para a proposta de Molyneux. Em 1728, u m cirurgião inglês, William
Chesselden (1688-1752), relatou à Royai Society suas observações a respeito de u m jovem cavalheiro que havia nascido cego e cuja visão foi cirurgicamente restaurada aos 13-14 anos de idade.
No início, o garoto era incapaz de nomear qualquer coisa que visse, mas aparentemente era capaz de distinguir formas e aprender seus nomes. Depois de segurar u m animal, ele olhou atentamente para esse gato e disse: Então, bichano! Virei a conhecê-lo em outro momento (Chesselden, apud
Morgan, 1977, p . 17). Vários desses casos do século X V I I I foram discutidos por Denis Diderot
(1713-1784) em sua "Letter on the Blind for the Benefit of Those Who See" [Carta sobre os Cegos para Uso dos que Vêem] (1749). A carta de Diderot termina com uma afirmação poética de nossa ignorância da realidade absoluta, pelo que ele f o i jogado em uma masmorra em Vincennes por ordem do rei da França.
Em 1910, u m cirurgião de nome Moreau resumiu suas experiências com u m menino de oito anos "que nasceu cego e passou a enxergar":
Seria um erro supor que um paciente cuja visão tenha sido restaurada por intervenção cirúrgica possa daí em diante ver o mundo externo. Os olhos certamente obtiveram o poder de ver, mas o emprego desse poder, que, como um todo constitui o ato de ver, ainda deve ser adquirido desde o início. A operação