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517 palavras 3 páginas
O sufrágio universal e a invenção democrática. São Paulo, Editora Estação

O presente trabalho trata das principais ideias contidas em um texto da obra O sufrágio universal e a invenção democrática (2005), a saber, o texto denominado “O mistério do ministério, das vontades particulares à ‘vontade geral’”, escrito por Pierre Bordieu em 2001. Esse texto apresenta uma problematização acerca da “ação de votar”, no sentido de se refletir filosoficamente sobre o que definiria este ato, ou seja, qual é o significado de votar. São apresentadas versões do dicionário e de alguns teóricos ao longo do texto, sendo que o objetivo de se questionar sobre o voto passa a adquirir conceitos mais abrangentes e também pontuais, conforme a argumentação se desenvolve.
Essa argumentação inicia com a problemática de o voto ser um ato individual, mas que encerraria uma vontade geral. É nesse ponto que o autor questiona se o fato de haver um resultado através da soma ou estatística dos votos dos indivíduos seria o mesmo que assumi-la como a vontade geral. Nesse sentido, percebe-se que há um salto da particularidade para o universal. Isso apresenta um aspecto falacioso, quer dizer, não há como se aferir que essa soma das particularidades seja uma única coisa que é a vontade geral. Nesse caso, o que se tem é uma vontade de todos, mas não que ela surja desse todo.
Um argumento interessante é que para haver uma proximidade maior dessa vontade geral deveria haver, no mínimo, um diálogo entre as partes, pois o voto é algo secreto, íntimo e solitário, como bem mostra o texto. Não há sequer a possibilidade de se saber se realmente há uma opinião expressa nessa atitude. O fato de não se tornar possível verificar a opinião conclui a ideia de não ser universal.
Percebe-se que o resultado da soma dos votos se mostra como uma massa aglomerada de expressões de vontades, mas que não possuem efeito direto dessa própria vontade, ou seja, como que um direcionamento para a vontade ou uma indução

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