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4145 palavras 17 páginas
Inventário Involuntário Catálogo que alista o mundo de questões e argumentos que emergem de um contexto frutífero e apto a debates. Com o conteúdo expresso em textos, artigos e resenhas dos principais articulistas, pensadores e intelectuais de nossa Era.

DEC
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A CIÊNCIA POLÍTICA COMO VOCAÇÃO: metodologia para o estudo do poder
Texto de Christian Burle

INTRODUÇÃO

Reza velho ditado, de origem supostamente britânica, que “necessity is the mother of invention”. A necessidade, no ofício de professor universitário, de produzir um texto que fizesse considerações metodológicas iniciais, dentro do contexto da(s) disciplina(s) de Ciência Política, é a pedra de toque deste trabalho. Seu público-alvo preferencial (embora, por óbvio, não exclusivo) são os estudantes que travam seus primeiros contatos com a Ciência Política, geralmente alunos do primeiro semestre dos cursos de Graduação em Humanidades. Mais especificamente, a precisão identificada consiste em introduzir os conceitos de tipo-ideal e método compreensivo, popularizados nas Ciências Sociais por Max Weber, enquanto pressupostos indispensáveis aos estudos politológicos. A ciência nasce, dentre outras razões, do hábito de classificar e ordenar os fenômenos da realidade a fim de melhor compreendê-los. A taxonomia aristotélica corresponde a uma das primeiras manifestações do espírito humano no sentido de dividir em categorias os dados que se apresentam ao homem no mundo (e de certa forma “fora” dele, no caso da metafísica) a fim de imprimir “ordem ao caos”, ou seja, realizar trabalho de natureza intelectual. Deste modo, cada ciência distingue-se das demais por seu objeto de estudo: a Biologia estuda a vida; a Física, a natureza; a Antropologia, a cultura; a Sociologia, a sociedade; e assim por diante. Mas qual será a proposta de estudo da Ciência Política?
O primeiro passo para responder a essa indispensável questão encontra-se na etimologia, ou seja, no estudo da origem das palavras – mais uma ciência

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