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40015 palavras 161 páginas
A Epopéia de

Anônimo

Tradução de Carlos Daudt de Oliveira ISBN 85-336-1389-X

Sumário
Introdução Agradecimentos A Epopéia de Gilgamesh Prólogo: Gilgamesh, rei de Uruk 1. A chegada de Enkidu 2. A jornada na floresta 3. Ishtar e Gilgamesh, e a morte de Enkidu 4. A busca da vida eterna 5. A história do dilúvio 6. A volta 7. A morte de Gilgamesh Glossário onomástico Apêndice: fontes

Introdução

1. A história da Epopéia
A Epopéia de Gilgamesh, o famoso rei de Uruk, na Mesopotâmia, provém de uma era totalmente esquecida até o século passado, quando os arqueólogos começaram a escavar as cidades soterradas do Oriente Médio. Até então, toda a história relativa ao longo período que separa Noé de Abraão estava contida em dois dos livros menos atraentes, por serem de cunho genealógico, do Livro do Gênesis. Destes capítulos, apenas dois nomes são lembrados até hoje no linguajar cotidiano: o do caçador Nimrod e o da torre de Babel. O ciclo de poemas reunidos em torno de Gilgamesh nos leva, contudo, de volta ao meio daquele período. Estes poemas têm direito a um lugar na literatura mundial, não apenas por precederem às epopéias homéricas em pelo menos mil e quinhentos anos, mas principalmente pela qualidade e originalidade da história que narram. Trata-se de uma mistura de pura aventura, moralidade e tragédia. Por meio da ação estes poemas nos revelam uma preocupação bastante humana com a mortalidade, a busca do conhecimento e a tentativa de escapar ao destino do homem comum. Os deuses não podem ser trágicos, pois não morrem. Se Gilgamesh não é o primeiro herói humano, é o primeiro herói trágico sobre o qual conhecemos alguma coisa. É aquele com quem mais nos identificamos e que melhor representa o homem em busca da vida e do conhecimento, uma busca que não pode conduzi-lo senão à tragédia. Pode talvez causar alguma surpresa o fato de que algo tão antigo quanto uma história do terceiro milênio a.C. tenha ainda algum poder para comover e continuar atraindo

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