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A constituição do indivíduo é um processo contínuo e contraditório que deve ser apreendido, ao mesmo tempo, numa perspectiva de ruptura/continuidade e de igualdade/diferença. Nesse sentido, somos e não somos os mesmos que éramos há anos e somos iguais e diferentes de nós e dos outros. Não se trata de um processo linear, sem contradições e nem tampouco significa que o indivíduo seja um ser diferente a cada dia. Ao contrário, à medida que vai se constituindo, o homem mantém uma estabilidade em seu modo de ser e, ao mesmo tempo, rompe com outros modos de ser. Ele vai assumindo características que o identificam e o distinguem das outras pessoas. Contudo esta estabilidade é sempre relativa, porque todas essas características estão em contínua interação com o todo social e, portanto, em permanente transformação. Assim, o indivíduo vai se constituindo sendo constituído, se criando e sendo criado como igual e diferente de si e dos outros indivíduos a cada dia. Sua identidade se constitui exatamente no reconhecimento dessa igualdade e diferença com relação aos outros. Desenvolvimento é, portanto, um conceito relativo a um processo complexo de Criações, rupturas e continuidades que se operam em condições muito especiais.
O objeto da Psicologia do Desenvolvimento é, em alguns aspectos, algo bastante familiar e próximo de nossa experiência diária, porque toda pessoa sabe, pelo menos numa dimensão particular, o que significa nascer, crescer, lutar pela sobrevivência a cada instante da vida, aprender, andar, falar, pensar, relacionar-se com outras pessoas, amar, imaginar, dominar habilidades técnicas, gerar c criar filhos, produzir, trabalhar e conviver com a inevitável perspectiva da morte.
Essa familiaridade com o processo de desenvolvimento faz com que as pessoas saibam muitas coisas sobre o seu próprio desenvolvimento e o das outras pessoas. Isso está presente, por exemplo, nos hábitos e costumes dos grupos sociais, transmitidos tradicionalmente de geração a geração. Em

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