Política Externa Brasileira, Henrique Altemani de Oliveira

Texto 10 – Política Externa Brasileira, Henrique Altemani de Oliveira A política externa dos governos militares buscou a universalização e de autonomia da inserção internacional do país. Apesar da PEI se apresentar como um processo de ruptura na linha de continuidade da PEB, isso não significava que automaticamente já houvesse uma redefinição das parceiras brasileiras e de possibilidade de uma atuação mais autônoma. A política externa do primeiro governo militar, de Castelo Branco, tentou instrumentalizar um alinhamento automático com os Estados Unidos, retomando as questões de inserção ideológica no contexto ocidental e de guerra fria, dando ênfase na questão da segurança como sendo primordial para alcançar o desenvolvimento. Nesse sentido a política de interdependência de Castelo Branco representava uma negação da PEI. Esse período foi um hiato na definição da PEB. A política externa de Castelo Branco caracterizava-se, inicialmente, pela descontinuidade da PEI desenvolvida pelos seus predecessores civis. O mundo era dividido entre o ocidente democrático e o oriente comunista. O governo brasileiro iria primar pela segurança interna, eliminando ameaças, e redefinindo a política externa para garantir sua segurança externa. Na visão brasileira a segurança externa deveria ser coletiva, onde o ocidente deveria se juntar contra ameaças orientais. Nesse sentido, caberia aos Estados Unidos, como líder do sistema ocidental, o principal papel de segurança coletiva e também do

1 – O Brasil e o sistema internacional na década de 70 Como o presente trabalho pretende discorrer sobre as razões que levaram o Brasil a assinar o Acordo Nuclear de Cooperação Técnica com a Alemanha, iremos, neste capítulo, definir o conceito de política externa, como também verificar como se encontrava o sistema internacional nesta década e dentro deste contexto, a situação do Brasil neste cenário. 1. – Conceito de Política Externa Ao buscar a definição de Política…

necessidade de estímulos para a adesão dos países, estímulos que vão além de participação de um mercado muito maior, no qual as assimetrias poderiam trazer desvantagens. […] a Alca é um esquema assimétrico, mas o que o distingue dos demais processos de integração é o nível de assimetria que separa os Estados Unidos dos outros países participantes, o que levanta dúvidas sobre o real interesse norteamericano na integração hemisférica. (ALTEMANI; LESSA, 2006, V. 1, p. 323) De acordo com…

época assume uma clara orientação multilateral privilegiando a diplomacia parlamentar;  Brasil aspirante ao cargo de membro permanente no Conselho. Os argumentos brasileiros  Brasil visava a uma cadeira permanente no Conselho da SDN;  Principal argumento: a necessidade da representação permanente das Américas, haja vista o caráter universalista da instituição;  Posição Latino-Americana: os demais países não endossavam o argumento brasileiro, deixando o Brasil sem apoio para…

fatores são verdadeiros e servem para diferenciar os povos. No entanto, o Brasil e a China são mais parecidos do que diferentes. O Brasil e a China estão entre as principais economias em desenvolvimento. Estes países, em termos po pulacionais e de dimensões territoriais, encontram-se na lista dos cinco maiores do mundo. Além disso, apresentam problemas semelhantes, como, p or exemplo, as chamadas “ilhas de 2 modernidade” que convivem com…

os responsáveis por tal visão. De fato, esses dois fatores são verdadeiros e servem para diferenciar os povos. No entanto, o Brasil e a China são mais parecidos do que diferentes. O Brasil e a China estão entre as principais economias em desenvolvimento. Estes países, em termos populacionais e de dimensões territoriais, encontram-se na lista dos cinco maiores do mundo. Além disso, apresentam problemas semelhantes, como, por exemplo, as chamadas “ilhas de modernidade”2 que convivem…

histórico e Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Editoria UFRJ, 2007. GROVOGUI, Siba. “Postcolonialism”. In: DUNNE, Tim ET. AL. International Relations: discipline and diversity. London: Oxford University Press, 2007. HURRELL, Andrew. “O Ressurgimento do Regionalismo na Política Mundial”. In: Contexto Internacional, vol. 17, no. 1, 1995. KEOHANE, R. e NYE, J. S. Power and Interdependence. NY: Longman, 2001. MENEZES, Alfredo da Mota e PENNA FILHO, Pio. Integração Regional: os…

PLATIAU, A. A política externa ambiental: do desenvolvimentismo ao desenvolvimento sustentável. In.: ALTEMANI, H.; LESSA, A. (orgs) Relações Internacionais do Brasil: Temas e agendas, v. 2, Saraiva, São Paulo, 2006, cap. 8, p. 251-281. O objetivo do capítulo é expor como anda a condução da política externa brasileira no tocante às questões ambientais. Para chegar a isso, a autora expõe o contexto internacional e a evolução desse debate, notadamente, ao referir-se às Conferências de…

Relações entre a China e Japão - conhecida como Sino-Nipônica Ambos Estados são importantes, tanto na região asiática, como no Sistema Internacional, por serem a segunda e a terceira maior economia mundial, respectivamente. Segundo Altemani (1995): O relacionamento entre a China e o Japão é importante para a região da Ásia: Este relacionamento reveste-se da mais elevada importância ao ser percebido como relativamente determinante de estabilidade político-econômica…

uk/portuguese/noticias/2011/01/110127_japao_aposentados_furtos_fn.shtml Acesso em: 23/10/2014 The Washington Post. Health Care in Japan: Low-cost, for Now. Disponível em: <http://www.washingtonpost.com/wp-dun/content/article/2009/09/06/AHYPERLINK "http://www.washingtonpost.com/wp-dun/content/article/2009/09/06/AR2009090601630_pf.html"R2009090601630_pf.html> Acesso em: 24 de outubro de 2014. OLIVEIRA, Henrique Altemani. Seminário sobre o Japão. Japão como País Normal e Ator…