É possível separar o professor do filósofo?

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É possível separar o professor do filósofo?

Um ponto de partida interessante para se começar a tratar a questão em pauta é apontar a resposta que a professora Leoni Maria Padilha Henning recebeu do filósofo Mattew Lipmann quando o interpelou a respeito de como gostaria de ser chamado, de filósofo ou educador. De maneira direta, Lipmann respondeu que “desde a Grécia antiga a filosofia sempre se preocupou em educar os humanos”. Em outras palavras, o autor não dissocia a ação docente a capacidade de filosofar.
No entanto, como aponta Henning, há meandros dentro do sistema acadêmico que tende a colocar em escaninhos distintos o filósofo e o educador. Essa ideia, apesar de ser vista e problematizada nas universidades, é também difícil de ser dissolvida, dado que já está fortemente enraizada no imaginário, nas regras e nas posturas acadêmicas. De certo que a filosofia estimula o livre pensamento e a defesa de posicionamentos, haja vista as possibilidades de direcionamento que se encontram nesta disciplina. Entretanto, há que se pensar sobre os direcionamentos que estes saberes propõem. Alguns apontam para o estabelecimento de verdades impostas e resistentes às mudanças; fechadas em si mesmas, o que leva a ideia de separação entre uma atividade e outra.
Quando pensamos nos professores que acabam ser postos em contato com a realidade da escola, não raro, passam a estranhar o ambiente que adentraram. Esse estranhamento deve-se justamente ao fato de que escola não remete ao ambiente acadêmico e vice versa. Há, portanto um impasse dado de antemão de difícil relação. O que confirma, a meu ver, a ideia de separação entre o educador e o filósofo. O filósofo seria aquele apto a lidar com questões mais amplas e por isso estaria acima do chão da escola. Enquanto o educador em filosofia teria uma posição menor, pois lidaria com demandas também menores, quase marginais.
Diante disso, penso que na prática escolar os desafios e as próprias demandas exigem do profissional

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