Ética e Medicina

As origens da formação ética cristã constituem apenas uma parte do desenvolvimento e inculturação do Cristianismo no mundo mediterrâneo.Com tanta expansão é notável que apesar de, antes seguir os passos da diáspora judaica, depois criou caminhos próprios, constituindo comunidades de fiéis onde predominavam os convertidos de procedência e cultura helenística. Também é notável que apesar de o Cristianismo ser, originalmente, um ramo da tradição bíblico-palestinense, com sua expansão ele passa a se distanciar definitivamente dos condicionamentos geográficos,religiosos,políticos e culturais do sectarismo palestinense formando, assim, uma identidade própria.
A leitura dos Atos dos apóstolos e de passagens das cartas de Paulo demonstra o desenvolvimento da primeira grande discordância no seio das comunidades cristãs entre o particularismo do Judeu-Cristianismo e o universalismo do Heleno-Cristianismo. A versão universalista é que irá orientar definitivamente o Cristianismo primitivo no sentido de tornar-se uma religião universal,o que só foi possível graças a um paradoxo.De um lado a permanência do conteúdo doutrinal do primeiro querigma, de outro lado a supreendente capacidade de inculturação e assimilação que a doutrina e a pregação cristãs mostram ao se difundir no mundo da cultura helenística herdando,de sobra,e levando muito além a tradição do judaísmo alexandrino.
É notável que nem todas as correntes do pensamento filosófico grego tiveram certo acolhimento no corpo das doutrinas cristãs que então se constituía.Um rigoroso exercício de discernimento, tendo como critério a norma da fé do querigma primitivo,teve lugar nesse processo,nele resultando a linha da tradição ortodoxa, reconhecida historicamente como expressão autêntica do pensamento cristão.
A tradição bíblica veterotestamentária oferece-nos um saber ético de grande riqueza, a qual imprimiu uma marca da fé monoteísta, a qual encontra na uma expressão codificada.Foi em face desse “ethos” do judaísmo