Ética e Cidadania

SEBENTA DA U.C. de ÉTICA, RESPONSABILIDADE SOCIAL E CIDADANIA

1 – Evolução dos conceitos: Moral, Ética, Cidadania e Responsabilidade

Qual é a origem da Moral?
Nota - ver: MORIN, Edgar; PRIGOGINE, Ilya e outros (1998), A Sociedade em busca de Valores, Lisboa, Instituto Piaget

Segundo André Comte-Sponville (1998: 133-154) a “Moral” tem quatro origens principais:
1- A Vida;
2- A Sociedade;
3- A Razão; e
4- O Desejo (ou o Amor).
A “Moral” é, deste modo, biologicamente, socialmente e racionalmente justificada, bem como amável, na medida em que é fiel ao desejo / amor.

1- A Vida
a)- Pode não ser fundamento da “Moral” mas faz parte das suas origens, pois, apenas um ser vivo pode ter uma moral – e esta, serve entre muitas outras coisas – para assegurar a sobrevivência da vida, a conservação da espécie;
b)- A Vida não tem valor, senão ao serviço de outra coisa para além dela e que a ultrapassa. Estamos a falar, por exemplo, da justiça, da liberdade – no fundo de “valores” – que assentam na Moral.
2 – A Sociedade
a)- O Sociólogo Durkheim tem razão quando apresenta a “Moral”, entre muitas outras coisas, como aquilo que permite assegurar a coesão, a sobrevivência e o bem-estar de uma Sociedade.

3 – A Razão
a)- Sem a “Razão” não poderíamos ter uma “Moral”;
b)- Kant – defende que “uma acção é Moral quando pode ser universalizada”;
c)- Logo, “agir moralmente” é colocarmo-nos no “lugar dos outros”;
d)- Logo: “a razão” não pode ser encarada como um “fundamento”, mas sim como “uma condição” (pois não existe moral sem razão);
e)- A “razão” abre-nos ao “universal” – pois sozinha – não seria capaz de comandar em absoluto.

4- O Desejo (ou o Amor)
a)- A “moral” é uma imitação do “amor” – pois, agir moralmente é agir como se amassemos. Logo, quando o amor está presente, a moral não faz sentido ser invocada;
b)- O Amor ou o Desejo – conduz-nos, portanto, à “Moral” – mas, “amar o amor” implica uma submissão a ele (quando ele existe) – mas paradoxalmente