O último rippie

Nessa dramática história, cujo título é O Último Hippie, Sacks trata de Greg F., um rapaz que cresceu nos anos 50, tornou-se agitado, começou a questionar tudo, parecia um adolescente do final dos anos 60. Em 1968, quando Timothy Leary exortava a juventude americana a “se ligar, experimentar todas e cair fora”, Greg passou a fazer tudo que tinha vontade, experimentou ácido e como todos os outros de sua geração buscava uma utopia, uma “consciência superior”. Mas “experimentar todas” não satisfez Greg, que continuava com a necessidade de uma doutrina e um tipo de vida mais codificados. Em 1969, foi atraído, para o Swami Bhaktivedanta e sua Sociedade Internacional para a Consciência em Krishna, na Segunda Avenida. Largou o ácido, encontrando na exaltação religiosa um substituto para as viagens. O primeiro ano de Greg no templo correu bem. O problema surgiu no segundo ano de Greg com os krishnas - queixou-se de que sua visão estava ficando ofuscada, mas foi interpretado de uma maneira espiritual: ele era “um iluminado”, disseram lhe que era o avanço da “luz interior”.
Foi preciso esperar mais três anos para que os pais de Greg decidissem ir ver por si mesmos como seu filho estava. Ficaram horrorizados ao vê-lo gordo, careca, estava desorientado e completamente cego. O templo surpreendentemente concordou com sua partida. Greg foi internado, examinado e transferido para a neurocirurgia. A visualização do cérebro mostrou um enorme tumor de linha mediana, destruindo a glândula pituitária e a região do quiasma óptico adjacente e se estendendo para ambos os lados do lobo frontal. Também atingia, para trás, os lobos posteriores e temporais e, declive, o diencéfalo, ou prosencéfalo. Na cirurgia descobriram que o tumor era benigno, e embora os cirurgiões tenham podido removê-lo quase por inteiro, não podiam reverter os estragos que já haviam sido feitos. Greg agora não estava apenas cego, mas seriamente incapacitado neurologicamente e mentalmente – uma desgraça