O retrato de Dorian Gray e a aporia entre o tempo físico e tempo social

3778 palavras 16 páginas
O retrato de Dorian Gray e a aporia entre o tempo físico e tempo social
Larissa de Lima Vilarouca

Resumo
Fundamentado na discussão bibliográfica sobre o tempo entre os teóricos objetivistas e subjetivistas e a partir da leitura da obra O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde esse artigo pretende identificar, a partir das concepções do sociólogo Norbert Elias, e da narrativa de Wilde, como o personagem principal da trama consegue se cair na aporia dos tempos, social e físico apresentado de forma tão dicotômica principalmente se colocarmos o “debate” Platão versus Santo Agostinho.

Palavras chave:
Tempo subjetivo. Tempo objetivo. Tempo social. O retrato de Dorian Gray. Oscar Wilde. Sobre o tempo. Norbert Elias.

Introdução:
O retrato de Dorian Gray é uma obra do escritor irlandês Oscar Wilde, escrita em 1889, com versão definitiva em 1891. É possível encontrar muito do esteticismo de Wilde nos personagens principais da trama. Visto como fonte de imoralidade por muitos, o romance traz o tema da homossexualidade, um tema até então censurado, dando originalidade e notoriedade ao livro.
É um romance de um esteta que ao mesmo tempo condensa as limitações do próprio esteticismo, pois este se esvazia diante da realidade, e do tempo que dolorosamente abre sulcos nos rostos dos homens.
A obra está permeada de todas as questões que acompanharam a vida do autor ao longo dos anos é possível ver isso nos diálogos entre o jovem Dorian Gray, o pintor Basil Hallward e o velho dândi Henry Wotton.
Durante a narrativa dramática o que mais chama a atenção é o quase desaparecimento de um narrador. Nas conversas o autor adentra nos assuntos como ética, moral, estética, religião e principalmente o tempo. O fio condutor da trama é a tragédia: o belo adolescente

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