O queijo e os vermes, resenha
FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS-FUNORTE
CURSO PEDAGOGIA
Lucimar Cordeiro Rocha Resenha do livro: “O Queijo e os Vermes”, de Carlo Ginzburg.
Ginszburg, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição / Carlo Ginzburg; tradução Maria Betânia Amoroso; tradução dos poemas José Paulo Paes; revisão técnica Hilário Franco Jr. – São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Carlo Ginzburg narra em seu livro a vida de um moleiro por nome Domenico Scandella, vulgo Menocchio, domiciliado em Montereale, na Itália (pág. 31). Este moleiro era de família que não possuía muitos recursos, no entanto, ele sabia ler e escrever, poucas pessoas tinham acesso a escola naquele período, que se tratava do século XVI, o que propiciou a ele um certo status dentro da sociedade de Montereale (pág. 32). Menocchio apesar de simples, era um homem muito culto, tinha uma leitura assídua e mais que isso, refletia tudo o que lia, sua curiosidade era surpreendente, principalmente por assuntos que eram cabíveis somente às classes dominantes, como no caso, a igreja. O fato de ler muito assuntos relacionados à religião, desencadeou em Menocchio ideias divergentes das que a igreja pregava, e isto dava-lhe muito orgulho, chegando o mesmo a expor suas opiniões a muitos habitantes daquela aldeia, o que resultou em denúncia ao Santo Ofício. (pág. 32, 104-105). De acordo com Ginzburg, Menocchio, a princípio, foi processado e fora condenado por heresias, ficou no cárcere por quase dois anos e conseguiu através de sua família apresentar uma súplica ao bispo de Concórdia e ao inquisidor do Friuli, onde os convencera de sua conversão, estes por sua vez, convocaram o Magistrado que conferiu-lhe nova sentença: Menocchio fica obrigado a permanecer em Montereale em cárcere perpétuo, não podendo sair da aldeia, fica também, proibido de expor suas opiniões contraditórias às da igreja,