O que é Padrão Ouro?

O padrão ouro é o arranjo monetário existente no período da Pax Britânica, ou seja, de 1870 a 1914. O que define este tipo de arranjo, segundo De Cecco, é o câmbio fixo, a conversibilidade de todas as moedas em ouro e a alta mobilidade do capital - não havia barreiras para a sua entrada. Outra característica bem particular é que havia alta mobilidade em curto prazo. O que possibilitou que este sistema existisse e persistisse neste período foi a confiança depositada na moeda, o que difere esse tipo de sistema fiduciários dos outros existentes. PADRÃO OURO NÃO ERA NÃO-FIDUCIÁRIO? Essas características nesse período de tempo causaram certos constrangimentos no funcionamento da economia. O mais evidente é que com a moeda totalmente lastreada na quantidade de ouro a base monetária isto restringia sua base, porque o país não poderia, através de políticas monetárias, aumentar e diminuir a base, a única maneira de fazer isso é possuindo mais ouro, ou seja, exportando mais. Esse tipo de sistema serviu muito para organizar países que já estavam inseridos no sistema. No entanto, para aquelas nações excluídas desde o princípio, para entrarem no jogo era muito mais difícil, barrando drasticamente seu progresso, como afirma Keynes.
Este tipo de sistema econômico que foi responsável por tantas alterações no rumo da história, se disseminou, segundo Barry Eichengreen, com a Revolução Industrial após 1870. Uma das razões é que ela permitiu eliminar o obstáculo técnico para a produção de moedas representativas do ouro, sem o medo da falsificação. Além disso, a industrialização transformou a Inglaterra no “banco do mundo”, ou seja, em busca de financiamentos ingleses e para facilitar as relações comerciais com a maior potência econômica do período, os países foram adotando o mesmo padrão-ouro vigente desde o século XVIII (por acidente) pela Inglaterra. Quando a Alemanha, importante pólo industrial, adotou esse padrão em 1871, o processo foi ainda mais incentivado. Assim,