O PROJETO CULTURA VIVA E AS MUDANÇAS DE CAPITAIS E DISPUTAS DOS PRODUTORES CULTURAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

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Vários programas e medidas para o fomento da cultura foram realizados a partir de 2003, mas o Programa Cultura Viva se destaca por seu papel decisivo na mudança do panorama cultural brasileiro através de sua implementação em 2004, funcionando como base de fomento às expressões artísticas de cultura popular por todo o Brasil.
Figuram como eixo central do programa os Pontos de Cultura, “unidades de recepção e disseminação de bens culturais em comunidades que se encontram à margem dos circuitos culturais e artísticos convencionais.” (BARBOSA, 2008).
Depois do Programa Cultura Viva, percebe-se que o Governo Federal passou a interferir de forma mais efetiva para o desenvolvimento da cultura popular, que antes era fomentada por iniciativas essencialmente estaduais e municipais. Tal mudança introduziu a figura do produtor cultural no subcampo da cultura popular, entrada induzida pela nova demanda por profissionais da área de gestão no campo.
Observa-se que o campo da cultura pode ser caracterizado como um campo social, com suas próprias dinâmicas e regras, no qual o campo de produção cultural está inserido. Na concepção de Bourdieu (2004), um campo social é um campo de lutas que está em permanente processo de reprodução ou transformação, no influxo de incessantes disputas pelo monopólio sobre os tipos de capital valorizados no campo. O produtor cultural é um agente inserido no campo cultural, que possui interesses específicos e obedece a determinadas regras do campo, assim como todo agente num determinado campo social. Este agente é responsável principalmente pela elaboração e desenvolvimento de projetos culturais. Nessa perspectiva entende-se que o produtor cultural é o “profissional que cria e administra diretamente eventos e projetos culturais, intermediando as relações dos artistas e demais profissionais da área com o Poder Público, as empresas patrocinadoras, os espaços culturais e o público consumidor da cultura” (AVELAR, 2008. p.52).
Bourdieu (2004)

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