O mito da caverna

“Admitimos, pois- o que me servirá de ponto de partida e de base que existe um belo em si e por si, um bom, um grande e assim por diante. Se admitires a existência dessas coisas, se concordares comigo, esperarei que elas me permitirão tornar-te clara a causa que assim descobrirás com que a alma seja mortal”. O diálogo apresentado entre Sócrates e Cebes em Fédon nos torna clara a maneira de ver e pensar de Platão, aplicando essa corrente de pensamento ao entendimento do Mito da Caverna do mesmo autor presente em A República, pode-se compreender o pensamento do pai da Academia.
A ideia de que “sombras” podem representar a realidade para aqueles que dela não tem conhecimento se traduz no pensamento primeiro de que existe uma realidade, e àqueles que compreendem essa realidade tornam-se ininteligíveis, e até mesmo perigosos, para os que só conhecem as sombras. Numa lógica de mercado, uma visão pouco abrangente compromete a eficiência, produtividade e presença de uma organização ameaçando-a em frente às concorrentes e comprometendo seu desenvolvimento futuro.

Armadilhas do modo de pensar aprovado – Modos de ver tornam-se modos de não ver.
Ao longo da história das organizações, desde a Revolução Industrial novas formas de se pensar a produção e a lógica do mercado revolucionaram o cenário comercial, de mudanças em matrizes energéticas até desenvolvimento de novos sistemas produtivos. O que é certo é o fato de uma visão etnocêntrica, no termo sociológico, do cenário das organizações nunca resultou em êxito.
Pensando-se em termos comerciais, a falta de abrangência na visão do mercado de atuação de determinada instituição pode, em ultima instância, desestruturalizá-la até a inexistência. Existem exemplos marcantes de medidas de retomada e reestruturação na produção de certas organizações quando as mesmas se fizerem necessárias. Como salientado por Geraldo A. Pinto em A Organização do Trabalho no Século 20 – Taylorismo, Fordismo e Toyotismo. Cap. 6, a necessidade do