O espectador comum: a imagem como narrativa9resumo)

635 palavras 3 páginas
Disciplina: Comunicação e artes visuais

Resumo

O espectador comum: A imagem como narrativa

Boa parte das pessoas prefere ter uma imagem veiculada a um texto para assim identificar melhor as coisas, mas para Gustave Flaubert assim que um personagem é posto em forma de imagem perde seu caráter geral, fazendo com o que os leitores não possam mais ter a possibilidade de imaginar livremente o que está sendo descrito em palavras, pois como ele dizia: “Uma mulher desenhada a lápis parece uma mulher, e só isso. A ideia, portanto, está encerrada, completa, e todas as palavras, então, se tornam inúteis, ao passo que uma mulher apresentada por escrito evoca milhares de mulheres diferentes.” No século XVI o ensaísta Francis Bacon observou que, para os antigos, todas as imagens que vemos já estão em nossas memórias desde o nascimento. “Desse modo, Platão tinha a concepção”, escreveu ele, “de que todo conhecimento não passava de recordação; do mesmo modo, Salomão proferiu sua conclusão de que toda novidade não passava de esquecimento.” Se isso for verdade, estamos refletidos nas numerosas e distintas imagens que nos rodeiam, somos essencialmente criaturas de imagens, de figuras. Aristóteles sugeriu que todo processo de pensamento requeria imagens. Sem dúvida, para o cego, outras formas de percepção, sobretudo mental. As imagens que formam nosso mundo são símbolos, sinais, mensagens e alegorias. Ou talvez sejam apenas presenças vazias que completamos com o nosso desejo, experiência, questionamento e remorso. Qualquer que seja o caso, as imagens, assim como as palavras, são a matéria de que somos feitos. Formalmente, as narrativas existem no tempo, e as imagens, no espaço. Durante a Idade Média, um único painel poderia representar uma sequência narrativa, incorporando o fluxo do tempo nos limites de um quadro espacial. Com o desenvolvimento da perspectiva, na Renascença, os quadros se congelam em um instante único: o momento da visão tal como

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