o Egun de Thomé de Souza

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O Egun de Thomé de Souza
Eu sou Thomé de Souza!
Somente Tom para os íntimos; eu sou o portuga que veio para destruir e aniquilar a alma e a memória desta Terra de Vera Cruz, futuramente conhecida por Brasil.
Eu sou Thomé de Souza!
Nao tomai meu branco nome em vão, mas vinde a mim todos os índios de braços fortes, para erguerdes a cidade de São Salvador, que de Sotero nada tem, mas, trago-vos os Jesuítas para o vosso bem.
Eu sou o seu Tom!
Senhores gentis, não vos assusteis, por favor, não vos espanteis!
Como pode ser tão atrasada e primitiva a vossa cultura, já que não entendeis que este pendurado à cruz é o nosso Deus, ou melhor, o único filho de Deus
O quê?
Quem o crucificou?
Ora, bolas, nós mesmos, pois!
Não, não vos preocupeis, muito tempo teremos para ensinardes que os vossos Deuses e Deusas nada são, e que os vossos costumes são limitados, ridículos e estúpidos.
Eu sou Thomé de Souza!
Não sabemos plantar, não sabemos trepar, não sabemos pensar, não sabemos amar, não sabemos respeitar, não sabemos dançar, não sabemos filosofar, festejar, celebrar, caçar, viver, sorrir, sonhar… mas, milhões e milhões de Africanos sequestraremos para cá.
Sem eles nada somos, nada seremos, nada podemos!
Eu sou Thomé de Souza!
O destruidor de lares, o estuprador de mares, e desconhecedor deste instinto chamado Amor.
Eu sou - Tom!
Primeiro administrador da miséria, exclusão e desconforto dos índios e dos Negros; a esses últimos dizíamos que não tinham Alma.

Algumas chicotadas, ou muitas chicotadas, no lombo, na face, na bunda, na cara, pelourinhos, forcas, estupros, maldades
-mera intimidação moral, do contrário, poderiam voltar-se contra nós, os grandes ‘pais’ desta Nação.
Eu sou Thomé!
Diversos tipos e qualidades de maldades organizei para realizarmos nosso projeto de colonização branca, nesta terra que batizamos de Brasil; e brasileiro, como tão bem sabeis, foi o nome dado aos primeiros devastadores de pau-brasil;
aos

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