O discurso destoante do velho do restelo em “os lusíadas”

1192 palavras 5 páginas
O discurso destoante do Velho do Restelo em “Os Lusíadas”

Resumo:
Este artigo tem como finalidade fazer uma análise do discurso destoante do Velho do Restelo, presente no livro “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, discurso esse, que contesta à exaltação heroína dos portugueses, na viagem marítima em busca de poder, fama e riqueza. Tal análise terá embasamento nos livros: Memorial de Convento, de José de Saramaro; o Auto da índia, de Gil Vicente; além de utilizar para comparação o poema Mar Português, de Fernando Pessoa.

Palavras-chave: Lusíadas, Camões, Restelo, discurso, velho, exaltação.

O DISCURSO DESTOANTE DO VELHO DO RESTELO EM “OS LUSÍADAS” Este artigo tem como objetivo analisar o discurso destoante do Velho do Restelo, tendo como objeto de estudo o livro “Os lusíadas”, de Luís de Camões. Poema épico cujo enfoque central é a viagem de Vasco da Gama e sua descoberta do caminho marítimo para as Índias entre 1497 e 1498. É por meio destes acontecimentos que Vasco retrata os grandes feitos da história de Portugal.
O episódio do Velho do Restelo inicia-se relatando a partida das naus para a grande viagem, com o comando de Vasco da Gama. No momento em que os navios portugueses estavam prestes a se alargar, os familiares e amigos dos marinheiros reúnem-se na praia do Restelo para despedir-se daqueles que amam.
Em consequência dos perigos e da possibilidade de nunca mais voltar, em que os marinheiros estavam sujeitos, as esposas estavam cobertas de tristeza, lágrimas e lamentos. Como podemos perceber na estrofe a seguir, as mulheres indagavam sobre como o seu marido era capaz de arriscar a vida no mar bravio, nas incertezas do mar e dos ventos, trocando assim o seu sentimento verdadeiro em favor das navegações que a tudo obrigam, deixando então, apenas a saudade. “Ó doce e amado esposo,
Sem quem não quis Amor que viver possa,
Por que is aventurar ao mar iroso
Essa vida que é minha, e não é vossa?
(CAMÕES, 2002 p.137)

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