O desafio da Alimentação e Nutrição
O desafio da Alimentação e Nutrição
Bertoldo Kruse Grande de Arruda*
*As idéias apresentadas incorporam sugestões do
Professor Malaquias Batista Filho e do Doutor Eduardo Kertezs.
** Universidade Federal de
Pernambuco.
A política alimentar e nutricional brasileira deve ser considerada em três níveis de atuação:
- a nível de produção, o apoio técnico, creditício e de mercado a cinco produtos essenciais - o feijão, o arroz, o milho, a farinha de mandioca e o leite;
- a nível de consumo, a estratégia é privilegiar a formação de estoques reguladores de alimentos básicos, a adequada armazenagem, a distribuição e comercialização que beneficie os segmentos populacionais de menor renda.
Complementarmente, fortalecer e ampliar os programas institucionais dirigidos a clientelas específicas - gestantes, nutrizes, pré-escolares, escolares e trabalhadores. É defendido o subsídio para alimentos em áreas de alta densidade de pobreza, comercializados através da rede de mercado varejista;
- a nível de aproveitamento biológico, é indispensável o controle das intercorrências patológicas que podem transtornar os processos digestivos e metabólicos, reduzindo ou mesmo impedindo o aproveitamento da energia e nutrientes dos alimentos consumidos. A prioridade deve ser o combate ao sinergismo carência nutritiva/infecções.
A reelaboração política e programática na área de alimentação e nutrição, no Brasil, deve considerar três aspectos críticos:
- a produção de alimentos básicos tem sido fortemente comprometida nas duas últimas décadas;
- o sistema de abastecimento (transporte, armazenagem e comercialização) complica as deficiências técnicas e econômicas do setor produtivo;
- o quadro de saúde precário da população é agravado pela interação sinérgica entre as infecções e a desnutrição.
Recebido para publicação em
05/03/85.
Como estimular a produção?
No atinente ao estímulo da produção, as seguintes medidas são recomendáveis:
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