O cárcere e a rua

O documentário “O cárcere e a rua” (2004) narra episódios da vida de três detentas da penitenciaria feminina Madre Pelletier em Porto Alegre. Com detalhes, a diretora apresenta a experiência sofrida de cada uma das entrevistadas: a da Cláudia, da Daniela e da Bethania, buscando apresentar o psicológico e alterações emocionais e sociais provocadas pelo convívio prisional. A primeira entrevistada é a Cláudia, a mais antiga das detentas da penitenciaria, que foi condenada pelo crime de latrocínio, tipificado no artigo 157 §3º do código penal. O documentário retrata a saída de Claudia da cadeia após o cumprimento de 28 anos em regime fechado. Com certa serenidade, porém com o psicológico um tanto abalado a ex-presidiária discorre sobre as dificuldades do dia a dia na cadeia bem como as mudanças emocionais decorrentes do encarceramento. O documentário apresenta também a saída de Claudia da prisão e a sua consequente dificuldade de se reestabelecer na sociedade. Mudanças de comportamento e emocionais são bem perceptíveis, também, em outra entrevistada: Bethania. O documentário enfoca na sua vida sexual e todas as suas alterações decorrentes do cárcere. A terceira entrevistada é a, então, grávida Daniela, acusada de cometer infanticídio, crime positivado no artigo 123 do código penal. Daniela passa por dificuldades para ser aceita no presídio já que esse crime é visto como “inaceitável” pelas outras presas. A criminalidade fez parte da vida dessas mulheres por motivos diversos, porem é possível depreender através de seus depoimentos que as condições econômicas, bem como a falta de oportunidades e o ambiente em que viviam poderiam ser fatores que as levaram a cometer tais atos ilícitos.
Vários são os estudos que se empenham em compreender “o fenômeno criminal, a vítima, as determinantes endógenas e exógenas, que isolada ou cumulativamente atuam sobre a pessoa e a conduta do delinquente” (FERNANDES, Valter, 1995 p.24). Como fazem parte da Criminologia, enquanto