O craque
Operado pela segunda vez do joelho direito, Ronaldo tenta driblar a má fase e recuperar a forma física do goleador que encantou o mundo
Primeiro o cirurgião francês Gérard Saillant deslizou o bisturi sobre a pele que cobre o joelho mais famoso do mundo do futebol. O atacante Ronaldo, do Internazionale de Milão, dormia sob o efeito da anestesia. Um fio de sangue surgiu, delineando um corte de 12 centímetros de comprimento. Ao identificar a lesão no tendão abaixo da patela (o osso que dá a forma arredondada ao joelho), o médico começou a unir as extremidades esgarçadas. A lesão tinha 1 centímetro. Saillant utilizou um fio sintético para dar pontos precisos. Trabalhou rápido: fechou o corte em uma hora. Uma joelheira rígida foi colocada na perna do craque. Assim Ronaldo voltou ao quarto 739 do hospital Pitié-Salpêtrièri, em Paris, na noite de terça 30. "Foi a melhor solução. Meu filho não estava rendendo o que podia", reconheceu Sônia Lazário Lima. Tem razão. O estilo de Ronaldo, baseado na explosão muscular, requer joelhos em bom estado. Sem eles, a habilidade do jogador não entra em campo.
Não será o fim do sofrimento. A cirurgia marca a primeira etapa de um longo processo de recuperação. Nas próximas semanas, Ronaldo irá fazer fisioterapia para ajudar a cicatrização. Quanto melhor o rendimento, maiores as chances de retomar a forma antiga. O trabalho dos médicos e fisioterapeutas, a dedicação de Ronaldo e a resposta biológica de seu organismo irão selar o futuro. Dois dias depois de operado, o jogador ensaiou os primeiros passos: apoiado em muletas, caminhou pelo corredor do hospital. Foram cinco minutos pela manhã, cinco à tarde. A cada hora, repete um exercício que alterna períodos de contração com de repouso dos músculos da perna. Começa com dez repetições; aos poucos, aumenta o número. Esse trabalho tem sido acompanhado pelo fisioterapeuta Nilton Petroni, o Filé. "As chances de se recuperar são de 100%", calcula Filé, um otimista