O Cortiço
E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha da pedreira para a venda, da venda às hortas e ao capinzal, sempre em mangas de camisa, de tamancos, sem meias, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele não podia apoderar-se logo com as unhas. Pág 15
Os governantes do nosso país também mostram o mesmo comportamento com relação ao dinheiro, tomando do povo o que por direito já são deles.
Aluísio Azevedo faz uma crítica social ao descaso do governo em questões sociais como cultura e lazer para um povo marginalizado, os favores sexuais em troca de alimentos. As mulheres que trabalhavam duro como lavadeiras, sem salário fixo e nenhum tipo de benefício e trabalhadores explorados por vários “Joãos Romão”.
Existem “Joãos” em todos os setores públicos e também privados enriquecendo ilicitamente ás custas de pessoas honestas e trabalhadoras. Em toda parte encontramos homens como ele, que maquinam a morte de um familiar para ficar com seus bens ou seguro.
Os interesses cada vez mais inferiores diante de tanta ganância, valores invertidos em que o dinheiro é mais importante que o amor ao próximo. Casamentos arranjados por interesse e status social, homens que como João querem levar vantagem em tudo,