O cen rio atual para exporta o de produtos brasileiros
As perspectivas para o comércio exterior brasileiro em 2015 são ruins. A corrente de comércio deverá recuar pelo segundo ano consecutivo e fi car distante dos US$ 482 bilhões alcançados em 2013. O grau de abertura diminuirá, reduzindo nossa integração à economia mundial. Do lado das exportações, a queda em relação a 2014 difi cilmente poderá ser evitada. Os produtos básicos respondem atualmente por quase metade de nossa pauta de exportação e a maioria deles enfrenta fortíssimo declínio nos preços, como já evidenciado no primeiro bimestre do ano. De fato, a queda dos preços vem se mostrando particularmente severa no caso de nossas três principais commodities: o minério de ferro (-48%), o petróleo bruto (-55%) e o complexo soja (-18%). Alguns preços poderão registrar recuperação no restante do ano e, de outro lado, as quantidades exportadas deverão aumentar, como já vem acontecendo. Mas a receita exportadora de produtos básicos, que registra queda de 17% no bimestre, não pode senão se contrair em 2015. E os restantes 50% da pauta, constituídos pelos produtos industrializados, não compensarão essa queda. A rigor, mesmo com uma taxa de câmbio mais favorável, a exportação de produtos manufaturados continuou se reduzindo (-13,1%) no primeiro bimestre de 2015, enquanto os semimanufaturados cresceram apenas ligeiramente (0,8%). Nos próximos meses o câmbio poderá sofrer nova desvalorização, mas a demanda externa continuará fraca, exceto em poucos mercados (EUA) e neles a concorrência é muito acirrada. Do lado das importações, o cenário também é de queda acentuada de nossas compras externas. As previsões para o ritmo da atividade doméstica continuam piorando, a confi ança dos empresários permanece em nível muito baixo e o câmbio está desvalorizando. No primeiro bimestre, a queda das importações já alcançou 10,2%. As importações, portanto, também deverão cair. Com ambos os fl uxos encolhendo, o saldo da balança