O Brasil que se diz um pais sem preconceitos

14174 palavras 57 páginas
Texto-base para a proposta –O Brasil que se diz um pais sem preconceitos
Em um ano no qual duas produções cinematográficas lembram a questão racial ("Django" e "Lincoln") e que o famoso discurso proferido por Martin Luther King em favor dos direitos civis ("I have a dream") completará 50 anos, a questão racial parece inevitável. No Brasil, a chaga do racismo manifesta-se, muitas vezes, em práticas cotidianas percebidas apenas pelos negros, mas adquire visibilidade, vez ou outra, quando toca em certos grupos socioeconômicos privilegiados ou atinge níveis ultrajantes de violência física ou simbólica. Casos como o de um casal branco da elite carioca que teve o filho negro humilhado em uma concessionária da BMW, da caloura branca pintada de negra para representar sua condição de "escrava" e "subordinada" no trote da universidade federal de Minas Gerais; do desfile que colocou bombril na cabeça de modelos brancas e negras para representar a "história do futebol brasileiro" vieram à tona nas últimas semanas e reacenderam o debate.
O fato é que as denúncias de racismo cresceram no Brasil nos últimos anos. Não em razão de um aumento do racismo, mas da aplicação da legislação que, desde 1988, tipificou a prática como crime inafiançável. Isso, de algum modo, revela o impacto da legislação sobre condutas sociais: aquilo que já estava "naturalizado" no comportamento social (como a discriminação implícita ou explícita aos negros em piadas, programas humorísticos e exigências estéticas para a contratação de funcionários), passou a ser objeto de demandas judiciais.
No entanto o mito de "democracia racial" atrapalha a percepção do racismo no país, sobretudo por aqueles que têm a pele mais clara. Um dos motivos dessa dificuldade é a diversidade fenotípica ímpar da população brasileira: os brasileiros, por serem produto da miscigenação, apresentam uma enorme variedade de tons de pele, formato de olhos, bocas, corpos. Isso, porém, não eliminou práticas cotidianas de

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