|O brasil lê mal
| | |Claudio de Moura Castro |
| |Afirmei nesta coluna que os cursos E (no Provão) podiam trazer grandes benefícios aos alunos. Alguns médicos enviaram e-mails | |
| |protestando: como? Ser tratado por um médico formado em escola E? Ora, a coluna excluía taxativamente a medicina, ao dizer: "Na| |
| |área médica ou em outras em que há questões de segurança envolvidas, que se exijam mínimos invioláveis". Um punhadinho de | |
| |doutos médicos não soube ler o texto. Se até na carreira mais elitizada de todas parece haver uma patologia no ato de ler, | |
| |imagine-se no resto. | |
| |Para diagnosticar tal enfermidade, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) buscou uma clínica de | |
| |luxo, o Pisa. Trata-se de um sistema de testes de rendimento escolar organizado sob a bandeira dos países membros da | |
| |Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos ricos. A iniciativa trouxe resultados de | |
| |incalculável valia. | |
| |Ao contrário dos testes convencionais, não se trata de professores decidindo o que os alunos devem saber. Os organizadores | |
| |foram ao mundo real das sociedades modernas e perguntaram que conhecimentos lingüísticos seriam necessários para operar com | |
| |êxito nas empresas e na vida. Portanto, os testes buscaram a competência em leitura que se usa no mundo real – é o que migra da| |
| |escola para a prática.